Procuremos restaurar as energias, o equilíbrio interior e descobrir o essencial... nas pequenas coisas da VIDA...
Falemos enfim de flores. As do chão, primeiro.
É preciso baixar os olhos, cair talvez um pouco
do pedestal dos livros. As limpas madressilvas,
pisamo-las ao vir dos becos, bêbados de fome.
Não sabem resistir. A chuva, como um golpe,
fustiga-lhes as asas. As papoilas. As violetas.
Os trevos. Comidos pelos cavalos. Os ventos
sacodem-lhes as crinas, levam-nos a galope.
Mas eles dão sorte a quem os não procura.
Aparecem, de repente, em forma de brisa,
batem à nossa porta nos meses de inverno.
Baixaste os olhos para mim quando soou
o fim da aula. Fiquei ali, sentado, a ver-te.
Recolheste-me do chão um pedaço de giz.
Mário Garcia, O princípio da indiferença.
É preciso baixar os olhos, cair talvez um pouco
do pedestal dos livros. As limpas madressilvas,
pisamo-las ao vir dos becos, bêbados de fome.
Não sabem resistir. A chuva, como um golpe,
fustiga-lhes as asas. As papoilas. As violetas.
Os trevos. Comidos pelos cavalos. Os ventos
sacodem-lhes as crinas, levam-nos a galope.
Mas eles dão sorte a quem os não procura.
Aparecem, de repente, em forma de brisa,
batem à nossa porta nos meses de inverno.
Baixaste os olhos para mim quando soou
o fim da aula. Fiquei ali, sentado, a ver-te.
Recolheste-me do chão um pedaço de giz.
Mário Garcia, O princípio da indiferença.
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